A Crise do Amadurecimento na Contemporaneidade

Consciência trágica e maturidade

É nas situações corriqueiras da vida que se identifica a quantas andam as condições ambientais, principalmente no que se refere aos hábitos e costumes da sociedade num contexto específico de época. Na contemporaneidade, tem-se assistido aos hábitos emanados de um puritanismo atroz travestido de boa vontade e elevação moral na transformação de um mundo para melhor. A vigilância constante perscruta os modos, notícias e falas sob o pretexto de proteger a população de si mesma, já que todos são vulneráveis e podem ser influenciados pelo mal.

Exemplifica-se contextualizando o ocorrido relacionado à morte de Rita Lee, verdadeira musa para uma geração que foi acompanhada por suas músicas. Mais do que isso, inspiração para mulheres, no mais a todos, por conta de seu jeito pessoal atrevido e rebelde. Seu visual e repertório combinavam com a imagem de mulher com suas próprias ideias, sem se preocupar com aprovação do status quo dos certinhos de todos os tempos. Parafraseando o Rolling Stone Mick Jagger, “posso ir pois sei como voltar”.

Tudo indica que Rita, apesar das derrapadas intensas no mundo da bebida e das drogas, também pôde fazê-lo. No jargão da época, pôde “pirar” num movimento intenso que podia “dar ruim”, mas voltou para o caminho de casa sem perder-se de si. É provável que tenha tido um dedo de ajuda da família, que construiu, a qual valorizava e por ela era valorizada. No mais, não se sabe muito, mas o pouco que se sabe não pode ser dito, pois alguns fãs protestaram veementemente contra a jornalista que expôs a rica trajetória de Rita. Rica em produção de letra e música, mas também de idiossincrasias destrutivas e disposições construtivas. A imagem sacralizada pelo ideário dos fãs não podia ser maculada ou manchada pelas palavras da jornalista que contava a trajetória real da musa. A necessidade de limpar a história de suas vísceras, algo bastante comum no lugar de fala de uns e outros, não emana da ignorância, mas da intenção de mudar ou tamponar essa história. Uma necessidade provinda da condição de imaturidade. Esta sim, a imaturidade, é inconsciente. Para os promulgadores da assepsia, tais como os fãs ensandecidos pela afronta à musa, a limpeza é necessária pelas dificuldades em entrar em contato com a ambivalência de alguém como ela.

Os opostos se expressam nos modos mais amadurecidos porque estão integrados. Não existe o bem sem o mal, o amor sem o ódio, a luz sem a escuridão, a saúde sem a doença, o normal sem o patológico. Não se trata de um jogo retórico, mas da compreensão de que dentro de um ser humano real existem elementos opostos que, quando integrados, compõem o modo de agir e pensar que faz a balança dos pesos e contrapesos em suas ações. Quem não alcançou isso não pode ir, pois não sabe como voltar. Tem que ficar durinho, quiçá sustentado pela rigidez que pega emprestado da moral e dos bons costumes e das narrativas disseminadas nos anais religiosos, culturais e científicos. Se espremer, dá em totalitarismo, em censura, em ditadura, pois nesse movimento não há tolerância. Busca-se a ordem a todo o custo, pois se precisa da ordem e das certezas no mundo externo para apoiar-se. Quanto mais necessária for essa bengala, mais estamos diante de alguém sem os próprios parâmetros para se guiar, e que precisa de um mundo perfeito. Não consegue lidar com a realidade sentida como ruim, caótica e persecutória. Grosso modo, limpar o mundo significa abrir a passarela para as coisas certas, previsíveis, seguras e controláveis desfilarem no exterior, no ambiente. É depender deste mundo perfeito, então ele deve ser perfeito por prover condições perfeitas. O foco do olhar está para fora e não para dentro de si. Visto em sua totalidade, esses atos de cancelamento da história, das pessoas, das opiniões, das piadas, ainda levam a muitas consequências, a principal delas sendo a infantilização.

Num contraponto que se quer aqui desenvolver, chega-se então à tragédia, produção clássica de outrem. Mas quem eram os gregos de Atenas? O que eles tinham em si que puderam produzir de histórias épicas, tragédia, democracia até a filosofia? Este texto não visa elucidar isso, mas apenas descrever algo emanente daquilo que produziram: a consciência trágica. Algo que nos dias de hoje é artigo de luxo.

Identifica-se na dramaturgia das tragédias clássicas gregas uma atmosfera hipertrofiada de sentimentos hiperbólicos em tramas que se desenrolavam nos limites entre a fantasia e o real. Encenadas nos anfiteatros desde o século VI a.c., ganhavam o público de cidadãos atenienses promovendo emoções e a catarse com seus enredos e modos. O coro, entre espantos e lamentações, fazia percutir nas almas da plateia os próprios atos compulsivos, as dores e sofrimentos. Na verdade, por isso mesmo a tragédia será julgada dois séculos depois pela filosofia. Aos olhos críticos dos filósofos de grande peso da época, como Sócrates e Platão, isso não era nem um pouco útil no estabelecimento ou restabelecimento de uma ordem social em Atenas, naquele momento bagunçada pela derrota na guerra longeva com Esparta, a guerra do Peloponeso. Na Atenas conquistada, a democracia tinha sido dissolvida. Vivia-se sob o jugo de Esparta num modelo oligárquico, comandada por 30 famílias. Os filósofos se preocupavam em organizar uma sociedade que se esgarçara moralmente num vale-tudo pela necessidade de sobrevivência dos atenienses esgotados pela guerra.

Ainda que posteriormente, já sob o jugo dos persas, Atenas volte a ter uma democracia, a filosofia mantém-se preocupada com a desordem que enxergava. O mundo de ardis, mentiras e técnicas retóricas de se convencer o outro para a sustentação democrática também tecia uma solução política e social frágil e espúria. A recusa dos modelos existentes leva a filosofia a criar um modelo alternativo.

A república de Platão vem nesse bojo cultural, traçando idealmente uma fórmula de governo centralizadora e levada adiante pela racionalidade de seus sábios governantes. Na hipótese política da República, os filósofos seriam aqueles que deveriam governar a cidade-Estado, uma vez que seriam os únicos a terem alcançado a maestria em dominar as idiossincrasias do mundo das sensações e sentimentos humanos. Seriam eles mesmos governados pela própria racionalidade, e por isso governariam racionalmente em busca de um bem maior, um mundo melhor.

Diferente da era moderna, apoiada na evolução e no progresso, o pressuposto máster destes filósofos norteava-se em direção aos Deuses, no alcance do plano do inteligível, na pureza das ideias. A eliminação de impurezas do mundo sensível era a eliminação do que rebaixava o homem aos olhos do plano maior dos deuses. Para tanto, era necessário desenvolver estes sábios governantes pela educação. Selecionados pela eugenia – saúde, beleza física, inteligência – dentre as melhores famílias de cidadãos, os estudantes, sempre homens, mergulhavam em anos de estudos e condicionamentos físicos que os destacariam do restante da população. A gradação de elevação dependia de seus méritos.

Bom, se até aqui examinou-se nesse modelo o aspecto dos recursos humanos, agora resta examinar a grade curricular. Afinal como lapidar a brutalidade e rudeza nesses jovens diamantes? Certamente enfatizando-se a beleza das formas, a pureza dos bons sentimentos e propósitos, a força do autocontrole, a clareza das ideias, a racionalidade da lógica, a ordem do sentido de direção e intenção, a grandeza dos esforços. Assim tem-se um quadro da primeira censura na história da educação, a tragédia grega. Segundo o filósofo americano Simon Critchley, em seu livro “Tragédia, os gregos e nós”, os épicos e a tragédia passam a não ter mais o status até então vigente na grade curricular, pois traziam elementos disruptivos à boa formação dos jovens acadêmicos. Examina-se a partir daqui o que continham para serem assim cancelados.

Primeiramente, vale distinguir o emprego coloquial dado à tragédia, que chega até os dias de hoje como algo menor. Tragédia, ou consciência trágica, no sentido usual abarca os fenômenos que contemplam a condição humana sob os auspícios tenebrosos da contingência e a consciência disso. O que se sabe quando se alcança uma certa maturidade é que a vida não corresponde àquilo que se planejou – portanto o que escapa disso em graus intensos e traz muito sofrimento é uma tragédia. Em sua época, os gregos eram embebidos num pensamento religioso. Serviam ou faziam tratos com os seus deuses por meio de constantes rituais, para agradar e a partir disso obter um certo controle sobre a situação em que se encontravam e que pretendiam resolver. Mas, sobretudo, sabiam-se submetidos à vontade destes deuses. Lá do Olimpo, eles a tudo escutavam e tudo sabiam, de modo que podiam mover os homens como peças de xadrez.

Essa condição do homem como peão era inaceitável para a filosofia. No entanto, o mais inaceitável era a descrição do comportamento dos deuses e dos heróis nas tragédias, que não ornava ao ideário. Nas tragédias, histórias e mais histórias onde os deuses desciam à terra para matar, estuprar humanas bonitas, favorecer ou extirpar a quem lhes aprouvesse. Não se encontravam sob a égide de uma lei. Se examinada de perto, na tragédia a justiça pulava do colo de um para outro. Como decidir o que era justo?

Na trilogia Orestéia, de Ésquilo, Clitemnestra, enraivecida e desolada pelo sacrifício da filha Ifigênia, junta-se a Egisto, seu primo e amante, para planejar e executar a morte do marido Agamemnon, quando este retorna da guerra de Troia. Agamemnon necessitara sacrificar uma virgem para a deusa Artemis, para conseguir os ventos para levar as embarcações de seu exército e dos aliados até Troia. Ifigênia era a única virgem à mão. Agamemnon volta triunfante, mas é assassinado pela mulher. Adiante no tempo, os outros dois filhos do casal, Electra e Orestes, irão assassinar Clitemnestra e Egisto para vingar o pai. Nessa ciranda de vingança, onde podemos colocar a justiça? É concebível o sacrifício humano? É possível entender como justa a vingança de Clitemnestra? É da ordem da justiça matá-la por vingança ao pai?

E podemos seguir, assim por diante, em tantas outras tragédias que chegaram até nós. Seja como for, o sentido maior de consciência trágica ultrapassa o fato trágico no que concerne ao destino, pois coloca em evidência justamente o quanto seus heróis participavam, tomavam decisões e escolhiam os caminhos que levavam a seus destinos – ainda que estes caminhos fossem de destruição. Por isso são ditos heróis. Não só aguentavam a fatalidade do destino das Moiras, teciam-no em parte com as próprias mãos. Não podiam deixar de fazer o que faziam. Tinham que fazê-lo. Esta é a consciência trágica, o máximo que podemos alcançar na maturidade, como pensa Winnicott:

A vida de um indivíduo saudável é caracterizada por medos, sentimentos conflitivos, dúvidas, frustrações, tanto quanto por características positivas. O principal é que o homem ou mulher sintam que estão vivendo sua própria vida, assumindo responsabilidade pela ação ou inatividade e sejam capazes de assumir os aplausos pelo sucesso ou as censuras pelas falhas. Em outras palavras, pode-se dizer que o indivíduo emergiu da dependência para a independência, ou autonomia. (WINNICOTT, 2005, p. 10)

Dois exemplos podem aqui ser citados. Um é sobre o famoso Aquiles, cuja mitologia incrementada por um milênio em versões nos toca pela sua fraqueza, o calcanhar. Quando “batizado nas águas” do rio Estige, para se tornar invulnerável, sua mãe Tétis o segura pelos calcanhares. Este então passa a ser o único ponto que, se atingido, poderia levá-lo à morte. E a morte ocorre na guerra de Troia, da qual foi um dos guerreiros mais importantes. Na diversidade de versões, o denominador comum são suas façanhas guerreiras sempre motivadas por uma ira desmedida. Conta-se que, antes de ir à guerra de Troia, Aquiles vai até sua mãe para aconselhar-se. A mãe teria profetizado sua morte, dizendo que ficar seria ter uma vida tranquila como um homem comum enquanto ir pra guerra seria ir ao encontro da morte, mas passar para história como herói. Nessa encruzilhada decisória, Aquiles decide-se pela glória. Possuía em si a fúria de um guerreiro. Guiado por esse sentimento, participa do próprio destino, sendo por isso um dos heróis mais conhecidos da história.

Outro grande exemplo de herói trágico é Édipo. Sua história passa a ser apropriada à psicanálise por conta dele ter matado o pai, Laio, e dormido com a própria mãe, Jocasta. Essa configuração tornou-se algo útil como matriz de interpretações a respeito das relações triangulares da família, em que a dado momento do crescimento o menino tem que se haver com o desejo pela mãe e, por isso, lidar com a rivalidade contra o pai. Para Freud, está em cena sexo, morte e culpa. Afinal, em Édipo Rei de Sófocles, o herói fura os próprios olhos quando sabe da verdade. Para Winnicott, mais uma etapa no caminho temporal da integração da instintualidade, portanto agressividade, num contexto específico no desenvolvimento emocional de quando a criança sai do colo da mãe e dirige-se para a cama dos pais. O terceiro nesse triangulo, o pai na perspectiva da criança, passa a dinamizar uma situação que desde sempre era somente dual, mãe-bebê, trazendo complexidade e necessidade de elaborações de ansiedades associadas a esse momento. Ansiedades estas relativas a questões de lealdade a quem, amor e ódio ao pai, potência e impotência. Se especificamente no menino pequeno em desenvolvimento essa rivalidade e sexualidade é apenas potencial, para Édipo era potência realizável, pois já era um homem feito. Fato é que não é um herói pela inconsciência e pelo destino, uma vez que sabia sobre este destino. Numa ida ao oráculo de Delfos sua sorte lhe fora profetizada. Mesmo assim, no seu caminho para Tebas, quando interpelado pelo homem mais velho, muito parecido com ele, impulsivamente o mata, sem grandes motivos. Dessa forma participa do seu próprio destino. Em seguida, chega à Tebas, responde ao enigma da esfinge, casa-se com a rainha viúva Jocasta e tem com ela filhos. Para quem fugia do destino profetizado, para o seu desfecho muito colaborou justamente por ser como era. Alguém cujos impulsos destrutivos transbordavam. Ao não escapar do destino, nem por isto culpabiliza o destino, mas a si mesmo. Assume sua parcela. Por isso é um herói.

Nas tragédias gregas nos deparamos ainda com a figura controversa da feiticeira Medeia, na tragédia com este mesmo nome, de Eurípedes. Levada às terras de Jasão pelo amor a ele, Medeia vive uma vida de estrangeira, num lugar bem inóspito aos estrangeiros, como era comum na época. Adiante, repudiada e abandonada por Jasão, embebe-se num ódio mortal, tão intenso quanto fora seu amor por ele. Mata por vingança os próprios filhos, seus e dele, como modo de atingi-lo. Em Medeia, então, vemos outro elemento central presente nas tragédias: a ambivalência de sentimentos existentes em seus personagens. Opostos que geram conflitos internos e que se chocam entre si em momentos decisivos da vida. Somos responsáveis pelas nossas decisões quando sustentamos dentro de nós o turbilhão de sentimentos e dúvidas do mundo dos afetos e a partir disto fazemos a nossa escolha. O alcance da responsabilidade é pessoal e intransferível, para quem de nós chegou lá e para Medeia. Só que no caso dela a solução veio do céu. Para escapar da fúria de Jasão, sai de Corinto numa carruagem alada mandada por um dos deuses fugindo para Atenas. Descreve-se assim uma solução deus ex machina, ou seja, mágica que a tira da situação de ter que responder ao que havia feito.

Não é à toa que Medeia passa a ser um símbolo inspirador para o feminino, por ser uma mulher diferente das demais. Primeiro feiticeira, portanto entre o limiar cultural, um marco entre o que havia de mais primitivo como deusa-mãe e o mais civilizado que se havia alcançado até a época. Mas também por ter enfrentado com protagonismo implacável, como nenhuma outra mulher o fizera, as regras de uma sociedade na qual ser mulher era sinal de fraqueza.

Simbolismos e inspirações à parte, é importante examinar tais soluções deus ex-machina nas tragédias. Essas soluções mágicas ganham contornos nonsense, na medida em que retiram o herói daquilo que na realidade iria enfrentar. Em termos maturacionais, o que precisam enfrentar, no sentido de se dar conta do que fizeram e arcar com a responsabilidade. Sem isso não há civilização. Ou, dito de outro modo, soluções assim são isenções a priori, uma vez que evitam que o indivíduo elabore a culpa e assim possa também organizar uma reparação. A continuidade das relações só é possível via reparações, pois seria fútil imaginar indivíduos perfeitos que não falham. Tais estratégias mágicas, então, impedem a consciência trágica, pelo menos aos pobres mortais como nós, que não somos Medeia. Ela era feiticeira de verdade e não ilusionista.

Parafraseando Elsa Dias, existe um divisor de águas no que se refere ao indivíduo: aqueles que assumem o que fazem e outros que só querem salvar a pele. Medidas deus ex machina são da ordem de salvar a pele e continuam sendo validadas por aí. Infelizmente, não só entre os jovens cuja imaturidade muito poderia ser compreendida, por ainda não participar braçalmente no chão de fábrica que é a sociedade. São os adultos e dos adultos que nascem medidas ilusionistas no sentido de eximirem a si e às vítimas do momento por comportamentos destrutivos do diálogo, da construção, dos acordos. Salvam a pele por meio de militâncias ideológicas. Através dos preceitos ou regras morais da religião. Culpabilizando a sociedade, aos que pensam diferente, o patriarcado, os homens e os heterossexuais. Justificando-se pela história pregressa. Sustentando-se nos diagnósticos de doença mental, nos experts, na genética, no cérebro, nas drogas lícitas e ilícitas. Apoiando-se nos pilares inconsistentes de psicologias simplistas que promovem truques de condicionamento e coaches de prosperidade e felicidade.

Por fim, a assepsia poderosa por controle do politicamente correto. Tudo isso promove magicamente a limpeza visceral da realidade dos fatos e das próprias vísceras donde partem os atos beligerantes e destrutivos. A projeção desses conteúdos no que está fora traça as linhas de um mundo cruel que precisa ser mudado. Ou, de modo oposto sob o véu da ingenuidade, um mundo cheio de beleza, certeza, segurança. A dicotomia maniqueísta ou 100 % ruim, ou 100% bom. Então ela, a realidade, deve ser torcida e transformada para enfim chegarmos a um mundo melhor. O outro deve ser cancelado. Por dentro, só fica o bom. E aí todo mundo se achando santo ou vítima. Soluções deus ex machina retiram do sofrimento, mas não resolvem. Postergam. Zero consciência trágica.

Consciência trágica fala de protagonismo e assunção de protagonismo pilotado por um mundo interno, complexo, conflitante, ambíguo, ambivalente, oscilante no percurso de transitar relacionalmente com o outro e em sociedade e, no mais, sob a abóbada tecida pelas Moiras e a vontade dos deuses. Afetar e ser afetado faz parte do jogo, por isso o sofrimento dos heróis. Alguns podem sofrer. Pelo que se está vendo, cada vez menos.

Imagem: divulgação

Sobre o autor

Danit Zeava Falbel Pondé

Psicanalista, mestre e doutora em filosofia da psicanálise, professora e supervisora no Instituto Brasileiro de Psicanálise Winnicottiana (IBPW) e coordenadora do grupo de pesquisa A Crise do Amadurecimento na Contemporaneidade no Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – LABÔ.