Editorial

O que importa é o percurso

Depois de seminários, reuniões, eventos, cursos, aulas abertas, Bibliotecas LABÔ, LABÔ Lectures ao longo de 2025, temos a certeza de que a paixão pelo conhecimento é o que nos une. Aqui, podemos fazer várias reflexões sobre impactos. Não estamos pensando em impactos métricos, como pontuação no lattes, ou impactos acadêmicos diversos. Estamos pensando no prazer da vida intelectual. No impacto na vida de cada um que entende que o estudo, a discussão, a reflexão não são (ou não servem), necessariamente, para se chegar a algum lugar determinado.

Partimos dos grupos de pesquisa, coordenados por pessoas que sabem transformar os seus saberes adquiridos academica e pessoalmente em objetos de reflexão diversos, e, acima de tudo, possíveis de serem discutidos por pessoas com os mais diferentes repertórios, formações e idades. Não estamos falando em simplificação de linguagem ou em busca de material adequado. É uma constatação de que uma pessoa pode ter mais de um talento. Estamos falando na possibilidade de alguém que não tenha formação acadêmica na área daquele grupo de pesquisa e que tenha outros saberes que efetivamente contribuem para a discussão.

Entendemos que o que importa é o caminho do conhecimento, as dúvidas que surgem e persistem, os projetos em andamento. Percebemos a satisfação pessoal em cada pessoa que nos faz perguntas, que tem curiosidade pelos materiais que produzimos e em cada pesquisador que nos questiona: qual é a próxima atividade do LABÔ?

Chegando neste final de ano, temos a certeza de que o pensamento crítico, a reflexão necessária do mundo contemporâneo, as buscas filosóficas nos movem. Produzimos concretamente? Claro. Aulas, textos, seminários abertos, revistas, off-lattes, etc. Mas, por mais clichê que isso possa parecer, a importância está no caminho, na pergunta, na dúvida e no processo. A resposta e os produtos finais são consequências que não necessariamente são conclusivas. A conclusão pode, simplesmente, não existir. Permaneceremos na busca e na curiosidade. E isto é o suficiente.

Imagem Abbad Diraneyya / Wikimedia Commons

Sobre o autor

Andréa Kogan

Formada em Letras, doutora em Ciências da Religião pela PUC-SP, autora do livro “Espiritismo Judaico”, assistente acadêmica do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – LABÔ, onde também é coordenadora do grupo de pesquisa sobre Morte e Pós-Morte e pesquisadora do grupo de Judaísmo Contemporâneo.

Sobre o autor

Luiz Felipe Pondé

Filósofo. Diretor Acadêmico do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – LABÔ.