A alma estando confundida pelo mundo material coloca-se como autora do que na verdade é feito pela ação da natureza
(Gita, aforismo 27)
Preâmbulo
Na tradição hindu, Maya é a deusa da ilusão. Seu véu estendido é a advertência para a natureza ilusória daquilo que chamamos nossa realidade. Na raiz da palavra Maya está a ideia de medida e de criação. A realidade é objetivada na ilusão. A esse respeito, Schopenhauer (1818) disse: “Maya é o véu da ilusão, que ao cobrir os olhos mortais, lhes faz ver um mundo que não se pode dizer se existe ou não”.
Há um campo em as coisas existem e não existem, estando à espera de serem encontradas.
Introdução
O que se pretende aqui é lançar luz para quando o engajamento político, a adesão a comportamentos e práticas sociais, a identificação a valores e vertentes intelectuais e culturais “resolvem” temas ligados àquilo que o psicanalista inglês Donald W. Winnicott chama de amadurecimento. Sobretudo quanto àquele aspecto fundamental que é o da criação do objeto, do si- mesmo, do mundo – da realidade em sua dimensão subjetiva, primeiro passo na direção da percepção da realidade objetiva, da participação na realidade compartilhada e da possibilidade de vislumbrar sentido nas coisas.
Ilusão, natureza irrestrita e plasticidade
Ilusão é o termo usado por Winnicott (1990) para descrever uma dimensão inicial da existência em que a realidade, antes de poder ser percebida, precisa ser concebida. Extrapolando a raiz clínica do conceito, serve aqui como chave de leitura para certos aspectos daquilo que se apresenta como sociabilidade identitária, mais especificamente no que tange à adesão e à identificação a determinadas produções culturais e intelectuais, tanto quanto a práticas de comportamento e engajamento político naquilo que tais adesões, identificações e engajamentos servem para resolução (ou cura[1]) de dificuldades subjetivas, como o encontro do si-mesmo, do objeto e do mundo; ou seja, quando o externo serve ao tratamento de assuntos pessoais internos. Debruçar-se sobre a janela para não ver a paisagem. A razão de as produções culturais derivadas da visão irrestrita da natureza humana (SOWELL, 2009) serem visadas (e objetivadas na cultura) pelas necessidades criativas está na plasticidade que as tornam inteligíveis e desejáveis, belas e boas, quando o que está em jogo é a necessidade primitiva de conceber para encontrar a realidade.
Ir em direção aos objetos como modo de reparação das falhas na instauração do fenômeno duplo ilusão/desilusão, base para o encontro da realidade, conota a identificação com uma teoria, produção intelectual ou prática sociopolítica daquela indistinção afetiva entre o eu e a realidade em que o “objeto não aparece como fonte de tais sensações e sentimentos, mas como alvo deles” (MEZAN, 2002). As sentenças visionárias sobre a moralidade das práticas sociais ou políticas colorem e são coloridas pela atividade do sujeito. Determinada visão sobre como devem ser distribuídos os serviços de saúde, proteção social e justiça são enfeixadas por sentimentos e sensações. As certezas emocionais sobre a natureza (limitada ou ilimitada) dos bens materiais e sua divisão ideal na economia denotam a qualidade plástica da realidade, necessária ao fenômeno de ilusão. Desse modo, as práticas de consumo ideais criam realidades novas e felizes, transformam vidas e salvam o planeta; a teoria daquele autor expressa a luta contra (whatever); aquela sentença é um marco para justiça social no país, etc.
Thomas Sowelldiz haver, basicamente, duas visões – a irrestrita e a restrita – do que seja a natureza humana, determinando modos de produção do conhecimento e das práticas sociais. Determinam também as demandas, as queixas e os pedidos. Tanto quanto engajamentos em “causas” ou comportamentos de consumo. Quando pensamos estar lidando com realidade, criando teorias para sua compreensão ou desenvolvendo racionalidades interpretativas sobre o que ocorre, estamos, antes de tudo, realizando as visões que nos tomam: “É o que intuímos ou sentimos antes de elaborarmos um sistema racional que mereça o nome de teoria, e mesmo antes de termos deduzido as consequências específicas que, na forma de hipóteses, possam contrastar com a realidade” (SOWELL, 2009, p. 15). Adesões a movimentos políticos milenaristas ou apocalípticos, revolucionários ou reacionários – assim como identificações aos produtos culturais e intelectuais (nas Humanidades), ou ideias e práticas morais e jurídicas e comportamentos de consumo – dar-se-iam mais por sua capacidade de dar consistência plástica à matéria social que por suas potencialidades interpretativas, heurísticas, científicas, filosóficas ou pragmáticas.
Se o movimento Passe Livre (MPL)[2] fosse guiado pela visão restrita da natureza humana, provavelmente teria outro nome. Numa entrevista dada ao El Pais, uma das líderes do movimento, de nome Luíze Tavares, 18 anos, ao ser perguntada sobre como dar passe livre, respondeu: “Não cabe ao movimento social dizer como serão os custos, como vai ser organizado o orçamento da Prefeitura (…). O nosso papel (…) é colocar a questão em pauta, fazer o trabalho de base e organizar as pessoas, fazer com que elas percebam que só a luta muda a vida. A gente não pauta números” (ROSSI, 2015).
Só a luta muda a vida. A frase, carregada do sentido de urgência existencial, reflete uma prática política, uma militância decorrente da adesão a um conjunto de ideias, pensamentos e teorias formuladas no campo político e econômico, em cuja raiz está a visão irrestrita, por sua ênfase não no processo e sim no resultado. Notem que identificar-se e aderir a ideias ou comportamentos, na função do objeto aqui considerada – devolver algo ao sujeito – é estética, não reflexiva. Sowell chama de “pré-reflexivo”. Ou atmosférico, como diria Nelson Rodrigues[3]. A tabula é rasa, informada por uma visão e capturada por uma imagem: como Narciso apaixonado. Como cantou o poeta “Foi assim/como ver o mar/a primeira vez/que meus olhos/se viram no seu olhar” (BASTOS e VENTURINI, 1988). Isso vale não apenas para os revolucionários da gratuidade. Luiz Felipe Pondé, apresentando o livro sobre Mikhail Bakunin[4], de Aillen Kelly, diz que a tese “psicológica” da autora é a de que o Velho anarquista, assim como toda geração pré-revolucionária russa, padecia de impotência, que é a impossibilidade de realizar algo real no mundo – sendo a utopia o remédio (o que vai mal dentro se resolve fora): “a utopia nasce da impotência” (PONDÉ, 2021). Nos termos de Winnicott, não realizar é não criar, não encontrar a realidade, não amadurecer, interromper a continuidade de ser, não ser.
Ver é ser
A existência de duas visões sobre a natureza humana é o tema desenvolvido por Thomas Sowell em Conflito de Visões. Não era seu objetivo explicar por que raios alguém tenderia a uma ou a outra visão sobre a natureza humana.
Com Winnicott, porém, já é possível ensaiar um esboço de resposta: a realidade, muito antes de ser percebida, deve ser encontrada. Segundo o psicanalista inglês, não começamos da realidade externa. Chegamos a ela. O “fator externo” (WINNICOTT, 1990, p. 79) é pensado em termos de estabelecimento; não sendo, portanto, um dado imediato. A conquista da realidade é uma aventura. Seu início supõe a criação de algo que precisa estar lá para ser criado. A mágica ocorre no encontro entre a tendência à criação e a oferta do objeto: assim se faz a ilusão. A alquimia da ilusão requer o impulso para criação e a colocação do objeto no justo tempo e espaço para que o encontro aconteça. Por conseguinte, é preciso que haja alguém para intuir o momento em que a necessidade criativa acontece (impulso e alucinação) e realizar a oferta do objeto adequado. Como na letra daquela canção: “Que acontece que nunca parou/Nessa cidade de fim de mundo/E quem viaja pra capital/Não tem olhar para o braço que acenou/O gesto humano fica no ar/O abandono fica maior/E lá na curva desaparece a sua fé” (BRANT e NASCIMENTO, 1980).
As Próteses
Quando fundadas na visão irrestrita da natureza humana, as produções culturais e intelectuais tendem a ser consumidas como próteses de natureza social, comportamental e política destinadas a dar ancoragem às identidades fluidas cuja inconsistência subjetiva requer adiar ou evitar o encontro com qualquer realidade não-self. Funcionam como band-aid existencial. Esperança de se encontrar algo em algum lugar. Tentativas e tentativas de encontro do objeto, e de si mesmo, no tempo e no espaço são repetidas nas praças de guerra das batalhas dos movimentos sociais de faceta político-identitária, tanto quanto na certeza que tem o consumidor de que deve ser plenamente satisfeito (para alegria daquele coitado chamado “colaborador”). Seria pedir demais ao movimento dos sem-ilusão que aderissem ao conjunto de produção cultural de matriz restrita, cujo humor tende mais ao que se nega do que ao que se oferta.
O mundo solicitado como ambiente é aquele que assegura a criatividade primária, o encontro do si-mesmo e dos objetos – todo o processo de ilusão sem o qual a desilusão e o encontro com a realidade não-eu (transicional ou objetiva) se torna extremamente difícil. As próteses sociopolíticas comportamentais racionalmente planejadas nos gabinetes dos experts dariam conteúdo – razão de serem atrativas – às necessárias incursões ao corpo materno social tomado como ambiente a lhes adivinhar os anseios num ciclo infindável de tentativas de constituição da ilusão/reconhecimento (samsara emocional). Ao mesmo tempo, serve de defesa contra uma realidade que insiste em ser em si, insiste em dizer, de modo invasivo e quase intolerável, que não há passagem grátis.
O social psicologizado
O expediente de realizar a interpretação do social a partir de conceituação de natureza psicológica não é novidade. Desde Freud (1914), passando por Joan Didion (1972), Ernest Becker (1973) e Christopher Lasch (1979); chegando a Svetlana Boym (2017) e Mark Lilla (2018), os autores são muitos. Ao encontro do que este artigo sugere, Lasch nos conta trechos da vida da ativista de esquerda norte-americana Susan Stern, integrante do Weathermen, grupo radical classificado pelo FBI como terrorismo doméstico. Lendo sua autobiografia, o autor de A Cultura do Narcisismo considera que “ela sentia necessidade de estabelecer uma identidade, não de mergulhar sua identidade em uma causa mais ampla” (LASCH 1979/1983, p. 28). Susan não visava à atividade política enquanto realidade não-eu. A função do protagonismo político era constituir algo dentro de si. Já no início dos anos 70, Joan Didion faz a crítica ao Movimento Feminista, dizendo que ele falhou em “dar o salto indutivo do pessoal para o político” (DIDION, 1979/2021). Sendo certo que a expressão “político” designa a objetividade das lutas feministas, ao passo que sob o termo “pessoal” abrigar-se-ia a imagem, criada pelo movimento, de que as mulheres seriam sensíveis demais, diz a autora, para “as dificuldades da vida adulta”; leia-se, sexual. Em consequência, Didion, mordaz, assevera que as mulheres “se agarravam ao movimento como justificativa para negar a realidade”.
Mark Lilla (2018), por sua vez, se ocupou dos nostálgicos políticos. A percepção de que algo não vai bem por ter havido a queda da perfeita forma inicial que, por isso, deva ser buscada, tipo back to the future[5], revela menos da percepção da realidade que de uma necessidade subjetiva. A nostalgia que se apresenta como força motriz daqueles que precisam recuperar algo supostamente perdido em algum Éden é de “uma forte motivação política, talvez mais poderosa até que a esperança”, pois, se as esperanças podem ser desiludidas, “a nostalgia é irrefutável” (LILLA, 2018). Mentes naufragadas não têm esperança.
Svetlana Boym vai mais longe ao fazer da nostalgia a condição basilar da modernidade. Moderno é o progresso andar de mãos dadas com a nostalgia, que “é um sentimento de perda e deslocamento, mas também uma fascinação com a própria fantasia” (BOYM, 2017, p. 153) de progresso, perda e deslocamento. O que a nostalgia é para o social moderno a melancolia é para o sujeito individual. A nostalgia molda as subjetividades projetando no campo social as “visões subjetivas da imaginação atormentada que tende a colonizar os domínios da política, da história e da percepção cotidiana” (BOYM, 2017, p. 155). O engajamento político nostálgico é a operação da melancolia recaindo sobre o eu (FREUD, 2010), fazendo do objeto político (e social) nostálgico a utopia do passado.
Conclusão
Para os habitantes da antessala de Maya, a realidade externa é investida como meio de resolução das faltas e das necessidades internas, sobretudo da necessidade mais pungente que é a da criação da realidade sem a qual não se pode ter o sentido de existir num mundo humano próprio. Necessária para se alcançar a realidade, as dimensões criativas funcionam num âmbito em que as coisas são e não são – estão à espera de serem criadas/encontradas. É um paradoxo, pois sua criação depende do objeto estar ali para ser criado. Requer o outro atento, recurso escasso nos nossos velozes e desatentos dias. É a criação do que existe que possibilita o encontro posterior com a realidade em seu aspecto objetivo, a des-ilusão. Desiludir-se é poder pensar e viver e sentir, por exemplo, um universo desprovido de sentido em si mesmo, sem que o sentido pessoal/vivencial se afunde nas sombras da melancolia. Ilusão e desilusão são possíveis a dois. A realidade é compartilhada. A necessidade de criar para além da conta (necessidade criativa que excessivamente abusa da fé pública) costuma ser pensada como loucura. Para falta de criatividade pessoal em nome da adaptação social, a loucura tem o nome de falsidade. Há um campo, problemático nos dias de hoje, chamado por Winnicott de transicional, que regula as duas dimensões. Peter Sloterdijk (2017) chamou esse campo de Bolha[6] (palavra que também serve de xingamento nas Redes Sociais). As produções culturais e as práticas sociais, comportamentais e políticas são eleitas alvos de identificação e adesão pelos habitantes da antessala de Maya, pelas qualidades plásticas intuídas (esteticamente) na raiz irrestrita de sua natureza. A relação com a realidade aí instaurada é paradoxal, porque quanto mais dela se foge (para fora), mais se sente encontrar algo de realidade (dentro).
As eventuais qualidades interpretativas, heurísticas, filosóficas e científicas potencialmente presentes nas produções intelectuais (e culturais), tal qual as práticas e formas de engajamento identitário, de natureza política, social ou comportamental que derivem do entendimento irrestrito do que seja a natureza humana – seu valor de conhecimento, saber e verdade objetiva – quedam-se fora do alcance do que acima está escrito, posto que o artigo ocupou-se apenas da função de restituição da criatividade primária exercida através da adesão e da identificação ao conjunto da produção cultural e intelectual e das práticas sociais, políticas e comportamentais derivadas da visão irrestrita da natureza humana.
Referências
BASTOS, R.; VENTURINI, F. Todo Azul do Mar. Belo Horizonte: EMI, 1988.
BECKER, E. A Negação da Morte. Tradução de Luiz Carlos do Nascimento Silva. Rio de Janeiro: Record, 1973.
BOYM, S. Mal-estar na nostalgia. História da Historiografia, Ouro Preto, abril 2017.
BRANT, F.; NASCIMENTO, M. Roupa Nova. Rio de Janeiro: Ariola, 1980.
CACCIOLA, M. L. A contemplação estética: Schopenhauer e Mondrian. Dois Pontos, Curitiba, São Carlos, abril 2014.
CASTRO, R. Flor de Obsessão: as 1.000 melhores frases de Nelson Rodrigues. 1ª. ed. São Paulo: Cia das Letras, 1997.
DIDION, J. O Movimento Feminista. In: DIDION, J. O Álbum Branco. Tradução de Camila Von Holdefer. Rio de Janeiro: Harper Collins Brasil, 1979/2021.
FREUD, S. Introdução ao Narcisismo. In: FREUD, S. Introdução ao Narcisismo: ensaios de metapsicologia e outros textos. Tradução de Paulo César Lima de Souza. São Paulo: Cia das Letras, v. 12, 2010.
FREUD, S. Luto e Melancolia. In: FREUD, S. Introdução ao Narcisismo: ensaios de metapsicologia e outros textos. Tradução de Paulo César Lima de Souza. São Paulo: Cia das Letras, v. 12, 2010.
LASCH, C. A Cultura do Narcisismo – A vida americana numa era de esperanças em declínio. Tradução de Ernani Pavaneli Moura. Rio de Janeiro: Imago, 1979/1983.
LILLA, M. Mente Naufragada. 1ª. ed. Rio de Janeiro: Record, 2018.
MESQUITA, F. L. D. A. Maya: apropriação e influência. Voluntas: Revista Internacional de Filosofia, Santa Maria, maio/ago. 2019.
MEZAN, R. Do autoerotismo ao objeto: a simbolização segundo Fereczi. In: MEZAN, R. Interfaces da Psicanálise. São Paulo: Cia das Letras, 2002.
PONDÉ, L. F. Mikhail Bakunin. Laboratório de Política, Comportamento e Mídia – Fundação São Paulo/PUC-SP, São Paulo, 04 ago. 2021. Disponivel em: <https://offlattes.com/archives/9432>. Acesso em: 05 ago. 2021.
ROSSI, M. Ediciones El País/Web Prisa. El País, 09 janeiro 2015. Disponivel em: <https://brasil.elpais.com/brasil/2015/01/07/politica/1420650843_647139.html>. Acesso em: Abril 2021.
SCHOPENHAUER, A. O Mundo como Vontade de Representação. Tradução de M. F. Sá Correia. 4ª. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 1818/2001.
SLOTERDIJK, P. Esferas I Borbujas. Microsferología. Tradução de Isidoro Reguera. 6ª. ed. Madrid: Siruela/Turolero, 2017.
SOWELL, T. Conflicto de Visiones. Tradução de Carlos Gardini. Barcelona: Gedisa, 2009.
WINNICOTT, D. W. Natureza Humana. Tradução de Davi Litman Bogomoletz. Rio de Janeiro: Imago, 1990.
[1] Termo ambíguo, pois tem tanto o sentido médico, em que algo (doença) deixa de ser o que é para ser outra coisa (saúde) quanto o sentido mineiro implicado na produção do queijo, que é quando o produto chega ao ponto final de sua fabricação.
[2] Um dos protagonistas dos movimentos de rua cujo resultado final foi o impeachment da Presidente Dilma Rousseff.
[3] A frase é: “No Brasil, o marxismo adquiriu uma forma difusa, volatizada, atmosférica. É-se marxista sem estudar, sem pensar, sem ler, sem escrever, apenas respirando”.
[4] Íntegra disponível em: https://offlattes.com/archives/9432
[5] Menção ao filme De Volta para o Futuro (1985), de Robert Zemeckis.
[6] Uma criança brincando é sinal de que outro humano esteve ali presente. O humano começa insuflado nas primeiras comunidades (Bolhas) e avança até comunidades maiores, citadinas, cósmicas: Globos. O desafio atual é a fragmentação e a pulverização dos sentidos: Espumas.
Imagem M.C. Escher – Relativity (1953)