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I read the news today, oh boy*

83,4% dos troianos ficaram muito felizes com o presente oferecido pelos gregos. Muitos viram na atitude grega uma motivação a mais para o fim de todas as guerras. “Gregos são fofos” é a expressão mais falada em Tróia. Ídolos da Pop Music pretendem organizar um evento coletivo com a presença do Cavalo.

Hitler pode melhorar os laços identitários entre a Áustria e a Alemanha segundo especialistas consultados. A expectativa é de que outras nações se somem aos esforços com ênfase na diversidade. A comunidade diplomática internacional espera que o próximo passo seja a união com a Polônia. Analistas têm esperança de que esse modelo de aproximação ganhe espaço nos próximos anos.

Turcos nas proximidades de Viena relatam xenofobia nos eventos do dia 10 de setembro de 1683. Um soldado que não quis se identificar disse: “parece que eles nos vêm como inimigos. Nunca fomos tão mal-recebidos num país estrangeiro”. Entidades de acolhimento aos rejeitados têm se manifestado contra a recepção austro húngara. “Não entendemos esse procedimento”, apontou uma liderança da ONG.

Especialistas procuram confirmar se a causa do estilhaçamento das vitrines das lojas pertencentes à comunidade judaica radicada em Berlin tenha sido choque térmico. Essa hipótese foi aventada uma vez que o uso excessivo de velas no interior das lojas pode ter levado ao hiperaquecimento dos vidros. 88,3% dos cidadãos alemães concordaram e estranhavam o uso das velas uma vez que a energia elétrica abastece a região desde 1935.

Brasil envia adido cultural para Berlin para tentar conciliar os conflitos entre participantes de diferentes credos religiosos. Por ser mineiro, o diplomata está levando pães de queijo. Segundo ele, “tudo se resolve com uma boa conversa acompanhada de café e de um pãozinho de queijo bem quentinho”. O principal obstáculo, no entanto, é a exigência de uma das partes de que o pão tenha sido preparado de acordo com as regras impostas pelas lideranças religiosas. Analistas consultados viram essa atitude como medieval e atrasada. Por sua vez, comentou-se que os alemães ficaram muito agradecidos pelo presente.

Sequestro de cientistas nucleares alemães preocupa entidades de direitos humanos. Diplomatas que se manifestaram sigilosamente acreditam que uma linha muito séria foi ultrapassada. Especialistas acreditam que o melhor caminho seria enviar uma carta-convite endereçada ao comitê nacional-socialista alemão. Aguardam-se manifestações de intelectuais e artistas que já preparam um abaixo-assinado.

STF ordena que os descendentes dos golpistas de 1889 sejam levados ao cárcere privado. Caso provoca rumores e incertezas uma vez que o próprio tribunal foi constituído após o evento que crê ter sido um golpe. O julgamento deve ser concluído em 2053 e deve custar 4 bilhões de reais, já contando aí os pedidos de vista por parte dos juízes que, juntos, devem somar 12 anos. Até a divulgação dessa notícia, os juízes estavam decidindo se o orçamento proposto poderia ser antecipado para 2026. Faltava apenas um voto para que essa proposta fosse aceita.

Violência do exército aliado no dia D foi questionada na liga das nações. Segundo lideranças, não era necessário o uso de tanta força militar. Há relatos de que civis tenham sofrido com o excesso de violência. “Estávamos melhores com a presença alemã”, relata um habitante da Normandia que não quis declarar o seu nome. Psicólogos apontam que as crianças normandas que sobreviveram estariam em melhor condição se estivessem mortas, tal a dimensão do trauma imposto pelas bombas lançadas a esmo.

A rendição alemã na Segunda Guerra Mundial vem sendo questionada por especialistas. De acordo com um deles que forjou o conceito de just war – algo como guerra justa em tradução livre – houve violência desnecessária contra os nazistas. Analistas entendem que congressos, workshops e festas literárias poderiam ter contribuído para a rendição pacífica dos alemães. Intelectuais acreditam que o grupo mais sensível e que prontamente poderia fazer uma revisão pertenciam à tropa SS.

Estudos apontam que 79,5% dos soldados das SS eram alvo de capacitismo. Mães relatam o sofrimento desses soldados quando ainda estavam no ensino fundamental. “Sempre me chamavam de espigão”, diz um dos testemunhos. Penas impostas pelos tribunais de guerra estão sendo revistas. O governo brasileiro enviou especialistas em revisão de sentenças.

A expressão antissemitismo está cada vez mais vaga uma vez que alguns especialistas têm mostrado que se trata de uma palavra que vale para qualquer caso e, em especial, tem mascarado o que de fato ocorre no Oriente Médio. A comunidade intelectual internacional tem optado pelo uso da palavra rumores hipotéticos – do inglês, hipoblahblah. Cada vez mais se acredita que os responsáveis pelos problemas que implicam em preconceito sejam mesmo os herdeiros da tradição abraâmica. “Se o semitismo é uma invenção histórica, o que dirá o antissemitismo?” teria dito um importante estudioso austríaco dos povos indo-europeus.

Governo brasileiro envia juristas, parlamentares e representantes da comunidade intelectual para Israel. A proposta é a de realizar encontros com vistas a demonstrar a possibilidade de convivência com o terrorismo. Analistas defendem que o crime tem o seu lado positivo especialmente quando oferece serviços que oneram o estado. Destacam-se o oferecimento de segurança, de energia elétrica e de gás às comunidades relegadas pela desigualdade de renda. A área de saúde da mente reforça o empenho do crime no amadurecimento dos jovens adultos, que desde muito cedo, aprendem melhor a se defenderem do que os outros que vivem nas áreas usurpadas pelos mais ricos. A proposta é que a concepção de terrorismo seja repensada e que os responsáveis pelos ataques à Israel recebam tratamento psíquico. Pedagogos enviados ao Oriente Médio, apontam os bons resultados do uso do ábaco no ensino de matemática aos participantes do crime organizado. “Eles se humanizam com impressionante rapidez”, segundo uma profissional da área que não quis revelar o seu nome. Mortes violentas nas capitais do Brasil são reputadas à interpretação equivocada dos objetivos e práticas do crime ou dá má interpretação de alguns policiais que não se encontram devidamente preparados. Participantes do evento alegam, como exemplo, as boas relações havidas entre os grupos terroristas e o crime organizado canarinho. Uma das lideranças sociais também aponta o orgulho em possuirmos organizações criminosas verde e amarelo. Segundo ele, o Brasil reconhece que somos soberanos no crime e que não queremos contraventores estrangeiros.

O imperador carolíngio, Carlos Martel tem tido o seu nome retirado dos compêndios de história. Especialistas entendem que a sua liderança em Poitiers em 732 está na origem da xenofobia. Autoridades árabes devem entrar na justiça pleiteando o ressarcimento das vidas que ali foram perdidas assim como questionando o seu direito de ir e vir. Pretende-se com essa investida que o evento passe a ser chamado por Massacre da Lua Crescente. Manifestações e abaixo-assinados estão previstos para os próximos dias e Hollywood se prepara para a realização do filme que teria como nome, O odioso martelo do ocidente.

  • frase extraída da música “A Day in the Life”, dos Beatles.

Veja a LABÔ Lecture com Fernando Amed:
https://offlattes.com/archives/12447

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Sobre o autor

Fernando Amed

Doutor em História Social pela USP. Historiador pela FFLCH da USP, professor da Faculdade de Comunicação da Faap e do curso de Artes Visuais da Belas Artes de São Paulo, autor de livros e artigos acadêmicos. Coordenador do Grupo de Pesquisa sobre Comportamento Político do Laboratório de Política, Comportamento e Mídia da Fundação São Paulo/PUC-SP – LABÔ.