Ao falar das revoluções que moldaram a política moderna, o Brasil fica mesmo de fora uma vez que nada aqui se manifestou como uma contradição em relação ao modelo de governo que existia antes desse contexto
Behavior
Coluna semanal sobre comportamento político assinada por Fernando Amed.
Coordenador do grupo de pesquisa sobre Comportamento Político do LABÔ, Amed é Doutor em História Social pela USP e professor da Faculdade de Comunicação da Faap e do curso de Artes Visuais da Belas Artes de São Paulo.
Sempre serão bem-vindas as pesquisas cujos resultados venham a relativizar o que tomamos como verdades absolutas. Ideias e contextos mudam e com eles também se inauguram expectativas com o que parece ser uma novidade, mas que de fato não o são.
Somos apresentados aos eventos do passado por intermédio de inúmeras apropriações que caminham juntas. O passado se assenta e parece pacificado e de tal maneira nos deparamos com poucas controvérsias ou inconsistências.
Felicitar-se pela primavera promovida e alcançada através da libertação de todas as travas morais se traduz num dos maiores eventos de vergonha alheia produzidos ao longo das primeiras décadas do século XX.
O tecido esgarçado que reveste a vida em sociedade demonstra a sua persistência através do hábito que nos alcançou por intermédio da imaginação moral.
Os experimentos políticos das últimas eleições têm oferecido subsídio para que avaliemos a questão do critério de escolha. Teorias já creditadas e provisoriamente em suspensão relatavam que as escolhas políticas poderiam ser racionais, isto é, seguidas dos elos de causa e efeito.

